III. A TABELA DE INFORMAÇÕES BÁSICAS (TIB)

Ao investir em uma carteira diversificada de ações, tem-se três tarefas básicas:

1. Determinar o valor potencial das ações de uma empresa pela análise de seu histórico.
2. Comparar diversas empresas e selecionar as que melhor atendam a seus objetivos.
3. Manter-se atualizado sobre as ações adquiridas de modo a tomar decisões corretas no sentido de fazer compras adicionais, de conservá-las ou vendê-las.

Para auxiliar nessas tarefas criei para o INI a Tabela de Informações Básicas (TIB) para ser preenchida com os fundamentos da empresa em estudo. As informações inseridas na TIB são de domínio público e podem ser obtidas gratuitamente através dos departamentos de relações com investidores das empresas em estudo ou de sites institucionais. Pode-se utilizar, também, outras fontes de informações como a Bolsa de Valores de São Paulo (www.bmfbovespa.com.br), a Comissão de Valores Mobiliários (www.cvm.gov.br) e as corretoras de valores.

Na figura apresentada a seguir está um modelo original da TIB utilizada pelo INI, com as orientações sobre as informações que ela deverá conter.

O investidor deve definir o critério para escolha da ação da empresa selecionada que será objeto de sua análise. Em geral, a seleção da ação é feita baseada no cálculo de sua liquidez em bolsa de valores. A Bolsa de Valores de São Paulo sugere para o cálculo da liquidez de uma ação, que se leve em consideração a quantidade negociada (Q), o número de negócios (N) e a presença em mercado (P = em quantos pregões a ação foi negociada no ano). A medida da liquidez da ação será obtida, então, praticando-se a raiz quadrada do produto desses parâmetros. Quanto maior for o valor obtido, maior liquidez em bolsa. Essas informações podem ser obtidas no site www.bmfbovespa.com.br.

Sobre o Perfil da Empresa, o investidor vai precisar saber se ela já é considerada um empesa tradicional ou se é uma nova entrante no ramo de atividade; qual sua principal atividade e/ou produto; e em que mercados ela opera (regional, nacional e/ou internacional).

Quanto as participações da empresa selecionada em coligadas e controladas, o investidor deve identificá-las e definir os percentuais de participação das mesmas em seu Patrimônio Líquido e, também, quais são suas participações no capital dessas. Essas informações são importantes para entender como essas participações podem influir sobre o desempenho da empresa selecionada pelo investidor.

O investidor também vai precisar identificar a Composição Acionária, isto é: quais são os principais sócios da empresa e quais suas participações em ações ordinárias e preferenciais, e o total de suas participações.

As características do setor de atividades (Perfil do Setor) da empresa selecionada também é bastante importante para análise. O investidor precisa saber se as vendas e os lucros da empresa selecionada são muito ou pouco sensíveis ao ciclo da economia; se o ramo de atividade é tradicional; se o potencial de crescimento é forte, médio ou fraco e se está associado principalmente ao crescimento populacional, ao ciclo econômico, ao desenvolvimento de novos produtos e/ou ao desenvolvimento científico-tecnológico; se os investimentos de capital para garantir o crescimento são altos, médios ou baixos; se é fácil, média ou difícil a entrada de novos concorrentes; e se o nível de concorrência é muito ou pouco acirrado.

Para a análise do Desempenho Histórico da Ação o investidor deve considerar usar uma série histórica de cotações que já esteja ajustada por todos os direitos (dividendos, bonificações e subscrições) ocorridos nos anos considerados.

Todos esses fundamentos contidos na TIB irão auxiliar o investidor a preencher os elementos componentes dos formulários Guia Inicial de Avaliação e Guia Principal de Avaliação & Relatório de Análise. Esses formulários foram desenvolvidos pelo INI - Instituto Nacional de Investidores para que o investidor possa praticar uma análise completa e organizada das ações das empresas, e concluir sobre aquelas que serão selecionadas para investimento.