Há uns dez anos atrás tive o
privilégio de ter participado do projeto de constituição do INI – Instituto
Nacional de Investidores: um portal destinado a oferecer às pessoas comuns, um
programa permanente de educação e orientação sobre como investir em ações de
forma segura. Naquela oportunidade fui apresentado a uma metodologia para
análise e decisão de investimento em ações desenvolvida pela NAIC – National Association of Investors
Corporation, que ajudei a adaptar para a realidade brasileira.
A NAIC foi fundada em 20 de outubro de 1951, no Rackham Building, em Detroit,
sendo sócios fundadores o Mutual
Investment Club of Detroit e mais três clubes de investimento do estado de Michigan. Um dos seus objetivos era
transformar os clubes de investimento em um projeto educacional de âmbito
nacional. Essa ênfase na educação para o mercado financeiro foi que motivou no
Brasil a criação do INI – Instituto Nacional de Investidores.
Segundo a NAIC, o objetivo do investidor em ações deve ser buscar investir em
uma carteira de ações de empresas em crescimento, que ofereça a oportunidade de
dobrar seus recursos investidos a cada cinco anos, pois acredita-se que um
histórico de cinco anos deve ser o mínimo necessário para confirmar a
consolidação da empresa, bem como o desempenho de sua administração que, tendo
sido submetida a situações variadas, comprovou sua competência. Um breve
período de crescimento poderá ser um golpe de sorte, e não a indicação da
administração dinâmica e focada que estamos procurando.
Ainda segundo a NAIC, para que o investidor possa alcançar esse objetivo, ele precisa estar consciente das seguintes premissas:
- Investir com regularidade, independentemente das perspectivas do mercado.
- Reinvestir todos os ganhos (incluindo os dividendos recebidos).
- Investir em empresas com passado e potencial para crescimento.
- Diversificar para reduzir o risco.
- Procurar investir em empresas que praticam bons princípios de governança corporativa.
Para atingir a meta de 100% em
cinco anos o investidor deve conseguir um crescimento médio, nas cotações e nas
receitas de dividendos das ações que compõem sua carteira, de 14,9% anuais
reais (acima da inflação) capitalizados. Com esta taxa, o investidor dobrará ao
valor de sua carteira a cada cinco anos. No entanto, um aumento anual real de
8% durante um período de longo prazo já pode ser considerado um excelente
resultado.
O INI funcionava no endereço
eletrônico www.ini.org.br e
desde a sua criação, era mantido principalmente por patrocínios recebidos de
diversas empresas e instituições ligadas ao mercado de ações brasileiro, e
contribuições anuais de pessoas físicas associadas. Infelizmente o INI foi
descontinuado em julho de 2012, em função da crise econômica.
Vendo a lacuna deixada pelo
INI fiquei motivado a retomar aquele projeto, usando esse
blog. Aqui irei expor a partir de hoje, os fundamentos de uma metodologia para decisão e
administração de investimentos em uma carteira diversificada de ações, que
considero muito consistente e importante. O meu objetivo aqui é contribuir na
formação de um investidor consciente, atuante e capaz de tomar suas próprias
decisões.
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